No mês de fevereiro do ano passado publiquei o artigo intitulado “ERP – A Gestão com elevada Qualidade.” Ali deixei registrado que, sendo eu um gestor para as áreas de administração e finanças, enxergava o tema como sendo um dos mais significativos quando o assunto fosse à obtenção dos melhores resultados por parte de uma empresa. Então, a fim de que pudéssemos explorá-lo mais a fundo, citei a possibilidade de voltar a escrever mais sobre o mesmo, afinal a sua utilização alargada e, acertada, é medida adequada para a realização de uma gestão certamente virtuosa.
Quando recentemente alguns de meus seguidores me apresentaram observações e considerações, às mais variadas sobre o tema e, ainda, motivado pelo comentário apresentado pela PhD em Psicologia e Sociologia pela Eastern Michigan University, Dra. Milu Ramalho, seguidora ativa, a partir de Lisboa, Portugal, em comentário ao meu último artigo, publicado em Abril, último, não tive mais dúvida quanto à necessidade de contextualizar o conteúdo daquela matéria.
Procurando explanar e elucidar o tema de uma maneira pedagógica, achei por bem, descrever uma experiência vivida onde a situação da empresa requeria um apurado e urgente trabalho de restauração em inúmeros pontos da sua gestão. Do tratamento dos seus Custos, dos seus Investimentos a realizar, na revisão dos seus controles, nas suas práticas de administração, visando melhorar a sua produtividade, baixíssima por sinal, melhorias em algumas das suas instalações físicas de apoio a Produção, dentre outras, sob pena de, em não o fazendo, a mesma vir a fechar às suas portas. Algo até desejado à época e, dado como certo por um dos seus sócios!
Na verdade, minha posição de responsável pela Sociedade me exigia profissionalismo e coragem em, empresarialmente falando, ir em frente, contestar tal decisão! Assim o fiz, mas coloquei minha cabeça, literalmente, a prêmio! Algo bizarro! Mas neste tipo de situação, onde o negócio já se acha em andamento se faz necessário que a equipe a ser escolhida como a responsável, seja composta por profissionais tarimbados, ou seja, que conheçam bem sobre as matérias com as quais irão trabalhar.
Afinal, precisarão realizar uma espécie de “Auditoria Interna.” Sim, uma caça aos ajustes e reajustes possíveis de serem realizados, tais como: – a identificação dos sistemas e subsistemas informáticos em utilização isolada ou mesmo àqueles já parcialmente integrados, visita de campo avaliando e enumerando sugestões a serem discutidas nos mais variados processos e áreas físicas, dentre outras, a fim de que, num segundo passo, pudéssemos, após criterioso estudo, dar início à montagem de um único sistema, o SGG – Sistema de Gestão Global. Um Sistema com S maiúsculo, capaz de abarcar as principais atribuições do negócio.
Portanto, a partir daquele instante, precisávamos de, no mais curto espaço de tempo possível, identificar e promover ações em relação a:
- Renegociação de Contratos de Serviços com Terceiros;
- Extinção de Contratos com Terceiros, após análise de recomendação pelo usuário dos serviços;
- Revisão dos Contratos com Fornecedores de Material em geral e, em Especial, de Peças de Reposição de Equipamentos e de Veículos Pesados, após criterioso levantamento do estoque em almoxarifado, identificando, inclusive, meios não utilizáveis, bens sucateados e estoques paralisados, para a venda ou negociação;
- Revisão do Contrato de Fornecimento de Combustíveis e Lubrificantes;
- Renegociação dos Contratos de Transportação de Cargas em Geral, Aéreos e Terrestres;
- Desenvolvimento de estratégias e ações para a rápida redução do excesso do efetivo da mão de obra, tais como: aplicação de programa de demissão incentivada e/ou voluntária, elaboração de um programa de reforma de trabalhadores, da composição de um programa para a formação de quadros nas especialidades de:- pedreiro, carpinteiro, eletricista, armador, dentre outras, promovendo as suas disponibilizações para o mercado local, carente de tais especialidades;
- Aplicação de um Programa de Melhoria da Qualidade de Vida no Acampamento de Trabalho;
- Realização de trabalhos de Proteção Ambiental, principalmente os de recuperação das áreas exploradas;
- Elaboração e prática de um Programa de facilitação de bom convívio com a Comunidade Local, etc.
Obviamente, que, para nós, a preservação dos melhores quadros da empresa, era ponto assente! Então: Com a reprogramação da Produção, planejada e calçada em melhores ações técnicas onde foram extintos todo e qualquer tipo de improviso existente até então, algo muito oneroso por sinal e, apoiados num planejamento realizado num software sul-africano de muito boa qualidade, exportando todos os dados importantes de consideração para o SGG, à nova Produção passou a ter os seus resultados demonstrados, no dia a dia. Estes passaram a ser melhores a cada momento e já apresentavam níveis superiores a média dos últimos 5 (cinco) anos! Coisa boa, não!
Conjugando estas ações à revisão do SGI – Sistema de Gestão Integrado, o qual já continha os processos da Qualidade, da Proteção Ambiental, da Segurança e da Responsabilidade Social e, integrando-o aos demais subsistemas de controle das gestões; – financeira, da mão de obra como um todo, da gestão dos estoques em geral, dos equipamentos, da administração de apoio ao Campo e a Sede da Empresa, dentre outros envolvidos, acabamos por compor o módulo inicial, o do Planejamento Estratégico, já envolto na preparação do próprio SGG – Sistema de Gestão Global, tal como costumo chamá-lo.
Para a sua rápida operacionalidade, o SGG foi estruturado sob a orientação dos técnicos de cada especialidade, acompanhado pelo nosso responsável por TI e, de alguém que não poderíamos deixar de fazer menção, o Técnico de Suporte da parte criadora e fornecedora do Sistema, o ERP PRIMAVERA, um produto de inquestionável qualidade, produzido por uma empresa portuguesa especializada em softwares de gestão.
Com o SGG já instalado e operativo extraímos os dados necessários à elaboração do Cronograma Econômico, do Cronograma Financeiro e, ainda, o Fluxo de Caixa para o período atribuído, já inserido aí as novas premissas definidas pela Equipe de Gestão e aprovadas pelos Sócios.
Assim sendo e, após exaustivas reuniões para a definição daquilo que necessitávamos para as nossas análises e tomadas de decisão, partimos para a definição dos demonstrativos de informações úteis, dos principais indicadores financeiros e de gestão, a fim de que, o mais rapidamente possível, viéssemos a produzir mais e com menor custo. Pura geração de PRODUTIVIDADE!
O auxílio obtido através de informações confiáveis é de total valia nas tomadas de decisão, conferem ao Gestor Mor, a certeza de que estará dando os melhores passos possíveis, a cada dia, rumo a uma melhor PRODUTIVIDADE. Não nos interessava somente produzir mais, nos interessava que no tempo produzíssemos mais e com menores custos, sem incorrermos na queda de nossa Qualidade, como um todo!
Enfim, pelo que aqui expus o resultado proporcionado pelo SGG – SISTEMA DE GESTÃO GLOBAL, o qual provocou uma verdadeira reestruturação na empresa, contribuiu sobremaneira à sobrevivência da Sociedade, pois esta se encontra ativa até hoje, Maio de 2018, lá se vão 10 anos passados, com o que acabamos por demonstrar que não teria sido uma medida o seu encerramento! Seria perda de um negócio rentável!
Alexandre Rocha – Economista
“Não é a força do gotejar da água que fura a pedra, mas sim a persistência incansável desta ação” autor: Ivan Teorilang